Agroalimentar vale dez por cento das exportações nacionais

As 21 empresas nomeadas na categoria Exportação traduzem os segmentos que mais se destacam nas exportações do setor agroalimentar e que são, por ordem de importância, fruta, peixe, azeite, vinho e tomate. Setor já movimenta 20 mil milhões de euros.

Da vinha ao olival, das conservas de peixe aos frutos vermelhos, dos enchidos à nutrição animal, as 21 empresas nomeadas na categoria Exportação dos Prémios Notáveis – Agro Santander 2020 espelham o painel diversificado que é, cada vez mais, o setor agroalimentar português. Depois da nomeação de mais de 50 empresas nas categorias de Inovação, Empreendedorismo e Sustentabilidade, ao longo dos últimos meses, é agora a vez do Santander distinguir aquelas que têm contribuído para o aumento das exportações nacionais. A iniciativa do banco em parceria com o Global Media Group acontece num momento em que o setor agroalimentar vive um dinamismo ímpar, sendo responsável por um volume de negócios de mais de 20 mil milhões de euros. “O setor tem contribuído em mais de 6% para o crescimento do PIB nos últimos cinco anos, exporta mais de 6,5 mil milhões de euros e já representa 10% das exportações”, referiu Luís Castro Henriques, júri responsável pelas nomeações desta categoria. O presidente da Agência de Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) acrescenta que “só o impacto no PIB destas exportações é de cerca de 4%”.

A dinâmica deste setor, que se reparte por 135 mil empresas responsáveis por 300 mil postos de trabalho, está a captar também o interesse de mais investidores estrangeiros, em grande medida atraídos pela excecional disponibilidade de água do Alqueva. E é isso que ajuda a explicar também a presença de investidores menos óbvios, como os que são, por exemplo, oriundos dos Estados Unidos.

“O Alqueva tem sido um foco de grande interesse para investidores, sobretudo espanhóis, mas também de outros países, que apostam no olival, vinha e frutos secos. Alguns produtores californianos percebem que têm aqui condições semelhantes com disponibilidade de água estável e continuam a investir. Ainda agora assinámos um contrato com uma empresa americana e francesa, que faz cenoura-anã em Coruche. E temos cá players muito relevantes, por exemplo, nos frutos vermelhos e no tomate”, referiu Luís Castro Henriques, em entrevista recente no âmbito deste projeto. No pódio das exportações do setor agroalimentar estão as frutas, peixe, azeite, vinho e tomate, por esta ordem de importância. Estes subsetores estão, de resto, representados na lista das 21 empresas nomeadas na categoria Exportação dos Prémios Notáveis – Agro Santander 2020.

Empresas que, no seu conjunto, estão a contribuir para que o total das exportações nacionais continuem em expansão. Atualmente, as exportações já representam 43% do PIB. E embora estejam, no último ano, a subir menos, continuam a crescer, e até a um ritmo que é mais do dobro do próprio PIB, pelo que vão aumentar a sua percentagem do PIB, nas estimativas do presidente da AICEP.

Entre as empresas agora nomeadas, a tradição convive com a a modernidade. Algumas empresas, como, por exemplo, a Ramirez & Companhia – a mais antiga indústria de conservas de peixe do mundo – acaba de lançar “o maior shopping digital de conservas de peixe do mundo”, vendendo para 50 países. A apresentação das empresas nomeadas vai acontecer nesta quinta-feira na próxima Conversa Solta, no Work Café Santander, em Lisboa, num debate sobre as exportações no setor, moderado pelo jornalista Nicolau Santos.