Na ótica de criar proximidade com os empresários e os parceiros do setor agrícola, o Santander, como revela Miguel Belo Carvalho, quer estar presente em todas as fases da cadeia de valor, apoiando o desenvolvimento deste que é um setor em constante crescimento.
Quais as perspetivas para o setor agrícola em Portugal ao longo deste ano, na ótica do Santander?
As perspetivas são de continuidade de crescimento num setor que se tem afirmado naturalmente na economia portuguesa, não só pelas suas características, mas também pelo grande esforço que tem existido ao nível dos apoios e do fomento, que está associado ao desenvolvimento dos últimos anos. Estamos numa região emblemática [Beja] em que o investimento feito através da Barragem do Alqueva teve um impacto fortíssimo em várias frentes. E 2019 vai ser um ano de continuidade. Acredito que vai existir um reforço daquilo que é o peso do setor agrícola na economia nacional.
Pode especificar como o banco planeia continuar a agregar valor a este setor?
O banco tem vindo a afirmar-se, ano após ano, e a fazer uma grande aposta no setor agro, não só numa lógica de criação de uma oferta adequada para os vários ciclos da cadeia de valor. O setor tem particularidades, e nesta região tem-se desenvolvido, sobretudo, o fator produção. Acreditamos que há espaço para o setor crescer também na agroindústria, de uma forma mais abrangente. E será natural que comecem a aparecer produtos acabados, para comercialização, que acrescentam mais valor. O banco Santander está apostado em estar presente em todas estas fases da cadeia de valor. É um setor que vai conseguir ganhar maior peso, não só nesta região, mas também na cadeia agroalimentar que, seguramente, vai dar bons resultados no futuro.
O Alentejo representa já 40% do PIB agrícola nacional. Como é que o Santander olha para as oportunidades proporcionadas pelo Alqueva nesta região, nomeadamente na criação de uma cadeia de valor mais abrangente?
Há duas grandes oportunidades. Uma é a extensão do projeto de Alqueva, que já está numa segunda fase de aumento dos 120 mil hectares para os 170 mil hectares de irrigação, ao longo dos próximos anos. Isto vai implicar grande esforço de investimento que queremos acompanhar e marcar presença. E, depois, vemos a oportunidade do enriquecimento da cadeia de valor do setor agroalimentar. Tudo isto tem diferentes fases de integração do setor, de surgimento de novos negócios, que o Banco Santander quer apoiar.
As perspetivas são de continuidade de crescimento num setor que se tem afirmado naturalmente na economia portuguesa
Temos assistido a uma renovação tecnológica e geracional no setor. É uma oportunidade, um desafio para o banco?
É uma oportunidade, porque, nos últimos anos, o banco tem apostado muito em disponibilizar uma melhor oferta e ter conhecimento sobre o setor. Agora estamos a apostar numa lógica de maior proximidade com clientes e parceiros do setor, com quem temos uma relação bastante profunda. É por isso que neste ano vamos lançar uma iniciativa de reconhecimento através do Agro Santander Prémios Notáveis, em várias áreas desta atividade.
Essa é justamente a novidade lançada aqui na Ovibeja. O banco vai fazer uma caminhada pelo setor ao longo do ano, em cinco áreas, que culminará em dezembro com a atribuição dos prémios. É uma tentativa do Santander reconhecer o valor dos empresários que fazem a diferença no setor?
Exatamente, sempre numa lógica do que é preciso fazer para o futuro. Vamos ter várias linhas de reconhecimento, desde o empreendedorismo, e integração das cadeias de valor, passando pela inovação tecnológica, critérios de sustentabilidade – o que é absolutamente crítico –, passando pelos
players que se destacam na capacidade de exportação dos seus produtos. E não podíamos deixar de reconhecer também os jovens agricultores, que são, no fundo, quem está na génese do futuro.