Leite, figos, azeite, vinho, amêndoas ou espargos expostos nas prateleiras de um supermercado ou de uma mercearia acabam por dizer pouco sobre estes alimentos. Sabemos que chegaram de produtores do Alentejo, do Ribatejo, da Beira Baixa ou dos Açores e pouco mais. E há muito ainda para descobrir. Só se entrarmos nos campos de cultivo, nas estufas ou nos pomares damos conta de que há agricultores portugueses que não ficam quietos, esperando que a natureza faça todo o trabalho. O seu esforço foi agora reconhecido pelo júri dos Prémios Notáveis Agro Santander 2020, que elegeu 11 empresas finalistas na categoria Inovação Tecnológica.
Grow to Green, Pepe Aromas, Villabosque, Esporão, Quinta da Mó de Cima, Granchinho, Atlantic Growers, Bel Portugal, Soresa, Henrique Uva e HVCV Ventures são as nomeadas que Pedro Fialho, diretor executivo do Santander, deu a conhecer durante a primeira Conversa Solta, que decorreu nesta semana no Work Café Santander, em Lisboa.
Os critérios de seleção dos finalistas são da exclusiva responsabilidade do júri e não do banco ou do Global Media Group. A inovação tecnológica é o trunfo que todos eles usaram para elevar os padrões de qualidade, aumentar a produção, reduzir custos e responder aos desafios ambientais. Sondas enterradas no solo para monitorar o uso da água e de fertilizantes, estufas que controlam alterações climatéricas e previnem qualquer tipo de ameaça, drones para acompanhar o desenvolvimento e a saúde de plantações, sistemas de irrigação que aproveitam até as gotas de orvalho para reduzir o stress hídrico das plantações ou recurso à economia circular para reaproveitar todos os recursos de uma plantação. São estas algumas das muitas inovações que levaram o júri a selecionar estas 11 empresas agrícolas, que de norte a sul do país desenvolvem a sua atividade.
Leite, amêndoas, figos, espargos ou vinhos são produtos agrícolas que parecem não ter grandes mistérios. Engano puro. O talento fez que estas empresas recorressem às tecnologias para subir a qualidade, gerir os recursos hídricos ou garantir a segurança alimentar.
O vencedor e as duas menções honrosas desta categoria serão anunciados durante a gala de entrega de prémios que irá acontecer a 25 de fevereiro. Mas estas 11 empresas não vão ser as únicas a subir ao palco. Os galardões Notáveis Agro Santander 2020 incluem mais quatro categorias – Empreendedorismo, Sustentabilidade, Exportações e Jovens Agricultores. No total – explicou Pedro Fialho – são 85 nomeados
para estas cinco áreas.
Cada elemento do júri, num total de cinco, tem sob a sua alçada uma categoria, nomeando as empresas que, de acordo com os seus critérios, se destacam no panorama nacional. São os restantes elementos dos jurados que depois vão votar nos vencedores. Luís Castro Henriques, presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), é o jurado a quem foi atribuída a tarefa de nomear as 11 empresas na categoria Inovação Tecnológica.
José Pedro Salema, presidente da EDIA, ficou com o Empreendedorismo, Ana Costa Freitas, reitora da Universidade de Évora, irá decidir quem são os candidatos na área de Sustentabilidade e Isabel Furtado, dirigente da Cotec, tem a pasta das Exportações. Por fim, António Guerreiro de Brito, presidente do Instituto Superior de Agronomia, ficou com a categoria Jovens Agricultores.
A próxima Conversa Solta, entretanto, já tem data marcada e acontecerá a 31 de outubro, também no Work Café Santander, nas Amoreiras, em Lisboa. E, desta vez, as atenções vão estar centradas nos nomeados para a categoria Empreendedorismo.