Sem um modelo de negócio sustentável, as empresas agrícolas estarão a comprometer o seu futuro. Para garantirem a continuada geração de riqueza e lucro não devem esquecer os impactos sociais e ambientais e o bem-estar das próximas gerações. Estes pressupostos têm sido determinantes e são bem claros para as empresas nomeadas na categoria Sustentabilidade no âmbito dos Prémios Notáveis Agro Santander 2020. As treze contempladas procuram soluções para os impactos que a limitação dos recursos naturais, as alterações climáticas, a segurança alimentar e o crescimento da população trazem para a agricultura.
Os seus próprios modelos de negócio estão assentes nos princípios da sustentabilidade. Umas procuram eliminar o plástico das suas embalagens, outras estão preocupadas com a redução das emissões de carbono para a atmosfera, que constituem também um risco para a atividade. Há quem opte por modelos de economia circular, em que os resíduos de um processo produtivo são a matéria-prima de outro, e quem adopte práticas de gestão de rega, reduzindo o consumo de energia ou de água.
Fica claro que a sustentabilidade preocupa os empresários da agricultura, um setor que tem ganho força em Portugal, com um forte crescimento das exportações. Em 2017, segundo a última análise do setor agrícola do Banco de Portugal – uma nota de informação estatística que publica a situação económica e financeira das empresas agrícolas –, o volume de negócios do setor aumentou 7% face ao ano anterior e, em grande medida, graças às vendas para o exterior.
Perante este quadro promissor de evolução, que se mantém, o banco Santander julgou importante reconhecer as empresas agrícolas. É assim que nascem os Prémios Notáveis Agro Santander 2020, incitava com que está a distinguir os melhores empresários e empresas agrícolas em Portugal. No campo da sustentabilidade elegeu aqueles que demonstrem “capacidade para gerar negócios sustentáveis a longo prazo, assim como negócios capazes de provar que contribuem para a sustentabilidade ambiental e desenvolvimento do setor”, lê-se no portal da iniciativa, acrescentando ainda que “são também consideradas as iniciativas de âmbito ecológico, que contribuam para a diminuição da pegada hídrica e para o balanço de carbono zero, para além das PME, pessoa singular ou coletiva, podendo ser clientes ou não clientes do banco”.
Esta distinção é feita por um júri, em que cada elemento, num total de cinco, é responsável por nomear 20 empresas na sua categoria. Os critérios de seleção são da sua exclusiva responsabilidade. Um dos jurados é Ana Costa Freitas, reitora da Universidade de Évora desde 2014 e quem irá nomear (mas não votar) as empresas e empresários na categoria de Sustentabilidade. Licenciada em Agronomia pelo Instituto Superior de Agronomia, é doutorada em Biotecnologia Alimentar pela Universidade de Évora, tendo sido conselheira no gabinete de conselheiros políticos do presidente da Comissão Europeia, em Bruxelas, entre 2011 e 2013. As empresas nomeadas nesta categoria serão apresentadas na próxima Conversa Solta, que se realiza no dia 28, no Work Café Santander, em Lisboa.